AVALIAÇÃO PRÉ TRANSPLANTE HEPÁTICO

AVALIAÇÃO PRÉ TRANSPLANTE HEPÁTICO

Após encaminhamento ao serviço de transplante hepático o spaciente erá avaliado inicialmente no ambulatório de pré-transplante pelos médicos da equipe. Ele coletará seu histórico de saúde e o examinará. Exames complementares são habitualmente solicitados: laboratório, de imagem, endoscópicos, cardiológicos, de função pulmonar e outros, a critério médico. Uma vez avaliada a  possível indicação para transplante, o paciente passará por avaliação com toda a equipe para que a decisão de inclusão em lista seja discutida em reunião com a equipe multidisciplinar baseada na relação risco/benefício e risco de mortalidade/sobrevida.

 

Avaliação preliminar

A avaliação inicial dos pacientes candidatos ao transplante deve responder às seguintes perguntas:

  • O paciente tem uma doença que possa ser tratada com transplante?
  • Existe outra opção terapêutica além do transplante?
  • O paciente apresenta outros problemas que podem impedir sua recuperação pós-transplante?
  • Os pacientes que serão transplantados querem e podem tomar as medicações após o transplante conforme orientação médica?
  • Os pacientes são psicologicamente aptos e têm o apoio de amigos e familiares para realizar o transplante?

Se a falência hepática é o resultado de abuso de álcool ou outras drogas, o paciente deverá ter um período de abstenção mínimo de seis meses para ser considerado um candidato ao transplante.

 

Os seguintes desfechos são possíveis:

  1. Pacientes sem indicação clara de transplante: Quando, após a avaliação inicial, houver dúvida se o transplante hepático é a melhor opção terapêutica para o paciente naquele momento, o mesmo será reavaliado periodicamente. Nas reavaliações, os pacientes inicialmente sem uma indicação precisa de transplante podem passar a tê-la e, então, serão encaminhados para seguir o protocolo de inclusão em fila de transplante. Alternativamente, alguns pacientes podem ser devolvidos aos serviços de origem com sugestões para o melhor tratamento de sua doença. A possibilidade do agendamento de nova avaliação estará sempre disponível.
  2. Pacientes com contraindicação à realização do transplante hepático:Tais pacientes serão contra-referenciados aos serviços de origem ou dentro da rede do SUS com sugestões para o melhor tratamento de sua doença. A possibilidade do agendamento de nova avaliação estará sempre disponível, assim como, a critério do médico da equipe, retorno ambulatorial para reavaliação.
  3. Pacientes com indicação de transplante e sem contraindicações: seguirão em acompanhamento ambulatorial para a inclusão em lista de transplante.

 

Pré-requisitos para ingressar na lista única:

  • Ter indicação clínica para transplante conforme a Portaria No 2600 de 21 de outubro de 2009;
  • Não apresentar contra-indicação ao transplante conforme a Portaria Nº 541, de 14 de março de 2002;
  • Estar com os exames atualizados;
  • Avaliação clínica e de toda equipe interdisciplinar do Núcleo de Transplante Hepático (hepatologia, cirurgia, anestesia, cardiologia, pneumologia, odontologia, enfermagem, nutrição, psicologia, assistente social, fisioterapia) e outras especialidades, a critério da equipe;
  • Estar há mais de seis meses sem ingerir bebida alcoólica;
  • Esquema de vacinação deverá ser atualizado;
  • Declaração do Dentista de que está em dia com a sua saúde bucal.

Existe indicação de se passar à frente na “Lista Única”?

Sim. Situações especiais, consideradas urgentes, como os casos de insuficiência hepática aguda grave ou de re-transplante, têm prioridade na lista de espera. Os casos de insuficiência hepática aguda se manifestam em pessoas sem nenhuma doença anteriormente constatada no fígado, que evoluem rapidamente com perda da função hepática, necessitando de transplante em caráter de urgência. Eventualmente, os pacientes transplantados recentemente podem apresentar sinais de que o novo fígado não está funcionando (não funcionamento primário) ou aparecer trombose da artéria do novo fígado, e, nestes casos, o tratamento de escolha é o re-transplante.

 

Além disso, existem situações especiais em que os candidatos ao procedimento são graves e podem não ter um valor elevado do MELD. Neste caso, a chance de má evolução enquanto listados seria grande, pois demorariam muito a receber um novo fígado devido ao valor baixo do parâmetro. Para corrigir esta discrepância é concedida uma pontuação extra, especial, que visa equipará-los a pessoas com prognóstico semelhante considerando-se o valor do MELD. Recebem pontuação de MELD 20 as seguintes situações especiais, conforme artigo 89 da Portaria No 2600 de 21 de outubro de 2009, em que os candidatos ao procedimento são graves e podem não ter um valor elevado do MELD: tumor neuroendócrino metastático irressecável com tumor primário já retirado e sem doença extra-hepática detectável, hepatocarcinoma  com diagnóstico baseado nos critérios de Barcelona,  polineuropatia amiloidótica familiar, síndrome hepatopulmonar, hemangioma gigante irressecável, hemangiomatose ou doença policística com síndrome compartimental, carcinoma fibrolamelar irressecável e sem doença extrahepática, hemangioendotelioma epitelióide primário de fígado irressecável e sem doença extra-hepática, adenomatose múltipla bilobar extensa e irressecável e doenças metabólicas com indicação de transplante: fibrose cística, glicogenose tipos I e IV, oxalose primária. As seguintes situações especiais poderão receber pontuação especial de MELD 20 mediante parecer da Câmara Técnica Estadual (CTE): ascite refratária, colangites de repetição (em colangite esclerosante primária, por exemplo), encefalopatia hepática cronica, prurido intratável (em doenças colestáticas, como por exemplo colangite biliar primária)

O candidato ao transplante pode acompanhar sua posição na fila através de um número chamado RGCT (Registro Geral da Central de Transplantes), que é dado na ocasião da listagem.