ORIENTAÇÕES DA EQUIPE MULTIPROFISSIONAL PÓS TX

ORIENTAÇÕES DA FISIOTERAPIA

 

O fisioterapeuta é o profissional responsável pela avaliação fisioterapêutica pré-operatória, realizada no ambulatório, e por todo o acompanhamento pós-cirúrgico, da internação na UTI até a alta. É o profissional que auxiliará o paciente na recuperação das suas funções, através de exercícios respiratórios e motores.

Antes da cirurgia serão verificadas as condições respiratórias de cada paciente, podendo ser necessários exercícios respiratórios, a fim de obter melhores condições dos pulmões para a cirurgia. Os fumantes podem acumular mais secreção no pulmão (catarro), e a tosse funciona como um importante mecanismo de eliminação, evitando complicações pulmonares, como a pneumonia.

A incisão abdominal, que permite acesso ao fígado, é grande e muito próxima ao principal músculo da respiração, isto gera imediatamente após a cirurgia a diminuição dos volumes e das capacidades pulmonares em relação ao pré-operatório. O fisioterapeuta, através de exercícios, auxiliará para que a recuperação seja a mais breve possível. O procedimento cirúrgico é realizado com anestesia geral, onde o paciente recebe um tubo na boca, que conectado a aparelhos, permite a passagem do oxigênio para os pulmões. Assim que o paciente conseguir respirar espontaneamente, esse tubo será retirado, podendo demorar algumas horas ou mais. Esse tempo varia de acordo com a estabilização pós-cirurgia e os exames de laboratório.

 

Pré-operatório:

Alguns exercícios que você pode realizar antes e depois da cirurgia.

 

  1. Respiração diafragmática: puxe o ar pelo nariz lentamente e solte pela boca.
  2. Respiração em tempos: puxe o ar pelo nariz como se fosse cheirar uma flor por três vezes seguidas e depois solte o ar pela boca.

 

  1. EPAP subaquático: num frasco com água introduzir um canudo até o fundo do recipiente, soprar dentro do mesmo fazendo bolhas lentamente.
  2. Flexão do cotovelo: com a palma da mão virada para cima segurando o peso, pode ser feito com garrafas com areia, puxe o ar pelo nariz enquanto dobra o cotovelo, solte o ar pela boca enquanto volta a esticar o braço. Alterne os braços.
  3. Extensão joelho: sente numa cadeira mantendo a coluna reta, estique um joelho de cada vez.
  4. Senta – Levanta: puxe o ar pelo nariz, quando começar a soltar o ar pela boca, levante-se devagar, e ainda soltando o ar pela boca volte a sentar-se novamente.

 

  1. Tosse: sentado, coloque as mãos sobre o abdome, puxe o ar profundamente e em seguida realize uma tosse forte.

 

Realize os exercícios ao menos uma vez ao dia, cada um por 2 vezes de 10 repetições.

 

 

Pós-operatório:

 

Após a cirurgia, o fisioterapeuta receberá o paciente na UTI, intubado e conectado aos aparelhos. Em conjunto com a equipe médica, será decidido o melhor momento para a retirada do tubo, o quão logo isso seja possível.

Na UTI, o paciente receberá atendimento de fisioterapia para a retirada de secreções acumuladas nos pulmões e reexpansão dos mesmos. A tosse será estimulada a cada sessão, sempre com o cuidado de apoiar o local cirúrgico com as mãos ou travesseiro. Também iniciará exercícios para os braços e pernas, prevenindo complicações que a permanência no leito possa gerar.

No pós-operatório é muito importante que o paciente mantenha-se ativo, realizando os exercícios orientados, sempre respeitando as suas condições físicas e as orientações do fisioterapeuta e da equipe de enfermagem.

Assim que as condições clínicas permitirem, e após a retirada do tubo, o paciente será estimulado a sentar no leito, e posteriormente em uma poltrona. De acordo com as condições clínicas e a avaliação do fisioterapeuta, o paciente poderá iniciar com caminhadas leves ainda na UTI.

 

ORIENTAÇÃO DE NUTRIÇÃO

 

O transplante hepático é uma grande cirurgia que exige do paciente um gasto elevado de suas reservas corporais de energia e nutrientes, tanto no momento do procedimento cirúrgico como no pós-operatório. Por isso, no pré-operatório o paciente deve apresentar a melhor condição nutricional possível. O estado nutricional adequado vai favorecer a redução de complicações, recuperação mais rápida e menor tempo de internação.

Sendo assim, o atendimento ambulatorial realizado pela Nutricionista da Equipe de Transplante Hepático do HU/UFSC tem dois objetivos: a) avaliar o estado nutricional do paciente candidato a entrada em lista de espera; b) realizar Orientação Alimentar e Nutricional para promover a melhor condição nutricional do paciente nas fases de pré, trans e pós transplante.

A seguir, estão apresentadas orientações gerais de alimentação e nutrição que devem ser seguidas pelo paciente em lista de espera para o transplante hepático.

 

Principais cuidados com a alimentação no pré-transplante

 

  • Fazer refeições variadas, incluindo alimentos de todos os grupos alimentares. A variedade de alimentos é importante para aproveitar melhor os diversos nutrientes necessários ao bom funcionamento do nosso corpo: carboidratos, proteínas, lipídios, vitaminas, minerais e fibras. Porém, é necessário tomar cuidado com a quantidade a ser ingerida de alguns alimentos, pois eles podem piorar os sintomas da doença hepática. Estes alimentos serão destacados a seguir.
  • Fazer de 5 a 6 refeições ao dia (café da manhã, lanche da manhã, almoço, lanche da tarde, jantar e lanche da noite), em horários regulares, em intervalos de no máximo 3 horas, evitando jejum prolongado ou excesso de alimentação em uma mesma refeição. Se necessário, fracionar ainda mais as refeições para evitar sensação de desconforto, muito comum em pacientes com ascite (água na barriga).
  • Ingerir diariamente a quantidade de alimentos necessária para manter o seu peso adequado ou pelo menos próximo dele, nem muito magro e nem com excesso de peso. É importante diferenciar o excesso de peso (gordura corporal: sobrepeso e obesidade) de acúmulo de líquidos no corpo (edema e ascite). O edema e a ascite podem estar associados com deficiência nutricional.
  • Comer devagar, mastigando bem os alimentos para facilitar a digestão e aproveitar melhor os nutrientes.
  • Manter uma boa higiene oral para melhorar a percepção de sabor dos alimentos.
  • Adequar a consistência dos alimentos a sua condição de mastigação e deglutição.
  • Evitar comer em restaurantes que não possuem opções de alimentos saudáveis.

 

Alimentos que devem ser consumidos diariamente (por grupos alimentares):

 

Cereais, pães, tubérculos e raízes: arroz, milho trigo, aveia, centeio e cevada e seus derivados (pães, bolos, biscoitos), preferindo os integrais; batatas em geral, aipim (macaxeira), cará, inhame: 6 a 11 porções ao dia. 1 Porção equivale a: 1 fatia de pão ou ½ xícara (chá) de cereais (tipo granola) ou ½ xícara (chá) de arroz ou ½ xícara (chá) de macarrão cozido.

Hortaliças (verduras e legumes) sempre que possível cruas: 3 a 5 porções ao dia. 1 Porção equivale a: 1 xícara (chá) de folhas cruas ou ½ xícara (chá) de legumes.

Frutas sempre que possível com casca e bagaço; sucos naturais: 2 a 4 porções ao dia. 1 Porção equivale a: 1 fruta fresca ou ¾ xícara (chá) de suco (extraído da polpa).

*Observação: Os vegetais crus devem ser bem lavados em água corrente e deixados de molho por 15 minutos em uma solução preparada com 1 litro de água e 1 colher de sopa de hipoclorito (água sanitária). Após os 15 minutos, lavar novamente para retirar o resíduo do hipoclorito. Utilizar imediatamente ou guardar em recipiente fechado para o horário da refeição. Fazer este processo para todos os alimentos que serão ingeridos crus, inclusive aqueles usados no preparo de suco.

Leite e produtos lácteos, usar os desnatados ou com baixo teor de gordura: 2 a 3 porções ao dia. 1 Porção equivale a: 1 copo de leite ou iogurte ou 2 fatias de queijo (prefira os queijos frescos).

Carnes e ovos: usar carnes magras, sem pele e gordura aparente. Dar preferência as carnes brancas; Carnes vermelhas no máximo três vezes por semana; ovo preferencialmente cozido, mexido ou como omelete: 2 porções ao dia. 1 Porção equivale a:1 filé pequeno de carne bovina, peixe ou ave ou 1 ovo.

Leguminosas, nozes e castanhas (feijões, lentilha, ervilha, grão-de-bico, tremoço, soja, fava): 1 porção ao dia. 1 Porção equivale a: ½ xícara (chá) de feijão (ou substituto) ou ½ xícara de nozes ou castanhas.

*Observação: Se não conseguir comer duas porções de carne por dia pode substituir uma delas por mais uma porção de leguminosa.

Óleos e gorduras: utilizar os óleos com moderação no preparo dos alimentos e para temperar saladas (soja, milho, girassol, algodão, oliva, etc): Usar o equivalente a 2 colheres de sopa de óleo por dia . Usar com muita moderaçãomanteiga ou margarina livre de gordura trans para passar no pão ou biscoitos: o equivalente a 2 pontas de faca por dia.

Açúcar e doces: utilizar com moderação todos os alimentos deste grupo (açúcar refinado ou mascavo, mel, melado, geléias, xarope de milho, chocolates, achocolatados, balas, bolos, biscoitos doces, tortas, leite condensado, doce de frutas, sorvetes cremosos, etc). Muitos destes alimentos também são ricos em gorduras.

*Observação: Os alimentos deste grupo serão ajustados de acordo com orientação do Nutricionista. Os diabéticos terão um controle mais rigoroso destes alimentos. A ingestão de alimentos diet e light só deve ser utilizada se recomendada pelo Nutricionista ou Médico.

Fibras: seguindo as recomendações de consumo de cereais integrais, hortaliças e frutas, descritas anteriormente, estará ingerindo um bom aporte de fibras. As fibras são importantes para o bom funcionamento intestinal. Se apresentar constipação intestinal (intestino preguiçoso) será necessário aumentar o consumo de alimentos ricos em fibras e ajustar a ingestão de líquidos.

Líquidos: Se NÃO apresentar acúmulo de água na barriga (ascite) procurar ingerir líquidos normalmente, em torno de 1,5 a 2 litros diários. Dê preferência à água mineral sem gás (ou água filtrada e fervida) e aos sucos naturais. Evitar o consumo de refrigerantes, chimarrão e água mineral com gás. A água de coco só deve ser utilizada se recomendada pelo Nutricionista ou Médico. Ingerir os líquidos nos intervalos das refeições para evitar sensação de saciedade e perda de apetite.

Sal: é a principal fonte de um mineral chamado “sódio”, que é necessário em pequenas quantidades para o nosso organismo.

Mas, em grandes quantidades pode causar diversos problemas: acúmulo de líquidos no corpo, aumento da pressão arterial, piora de doenças hepáticas, doença renal crônica, doenças cardíacas, entre outras. O “sódio” também é encontrado naturalmente nos alimentos (pouca quantidade), em alimentos industrializados com sal (grande quantidade), inclusive os de sabor adocicado, em fermentos, conservantes, água (principalmente a mineral com gás), alimentos diet e light e em alguns medicamentos.

Um alimento conten média ou alta quantidade de sódio quando apresenta acima de 120mg de sódio por 100g de produto. Leia os rótulos e embalagens de alimentos para evitar aqueles com maior teor de sódio.

Se no momento NÃO HOUVER recomendação de restrição de sal, utilizar até 5g de sal por dia (valor de consumo normal), sendo adicionado no máximo 2g no preparo dos alimentos e o restante sendo proveniente de alguns alimentos processados com sal (pães, biscoitos doces e salgados, queijo branco, requeijão). Evitar todos os alimentos industrializados que contem quantidades elevadas de sal (VER LISTA ABAIXO).

*Observação: 1g de sal equivale a 1 colher de cafezinho rasa de sal.

 

 

Outras orientações:

 

Se apresentar acúmulo de água na barriga (ascite):

Controlar a ingestão de líquidos. Esta quantidade deve ser revisada com frequência por Nutricionista ou Médico. Considerar:

  • Todos os tipos de bebidas: água, água de coco, café, chá, leite, iogurte, sucos e vitaminas;
  • Alimentos e preparações ricas em água: sopa, caldos, etc;
  • Alimentos que ficam líquidos à temperatura ambiente: gelatina, gelo e sorvete.

Sugestões para controlar a sede e a quantidade dos líquidos ingeridos:

  • Usar copos e xícaras pequenos para tomar os líquidos;
  • Marcar num papel a quantidade ingerida, cuidando para não ultrapassar a recomendada;
  • Consumir as bebidas geladas, ao invés de mornas ou quentes;
  • Chupar 1 pedrinha de gelo feita com suco de limão;
  • Quando recomendado, estimular a produção de saliva com o uso de balas duras azedas e chicletes, ou chupando um pedaço de limão;
  • Enxaguar a boca, fazendo bochechos com água, mas sem engolir;
  • Escovar os dentes;
  • Ingerir os remédios junto com alimentos sólidos;
  • Evitar os alimentos salgados.

Se no momento HOUVER recomendação de restrição severa de sal:

utilizar no máximo 2g de sal por dia e não utilizar nenhum alimento industrializado com sal. Usar temperos naturais para melhorar o sabor dos alimentos: alho, cebola, cebolinha, salsa, louro, alecrim, manjericão, manjerona, canela, mostarda, (folha seca), orégano, colorau, páprica, cominho, pimenta, cravo-da-índia, pimentão, curry, gengibre, salsinha, sálvia, hortelã e tomilho.

Alimentos ricos em sal e sódio e que não devem ser consumidos: pães, biscoitos, torradas, batata palha, salgadinhos tipo Chips, etc; enlatados em conserva (palmito, pepino, chucrute, milho, picles, cogumelo, azeitonas, ervilha enlatada, tremoço em conserva,etc); queijos com sal (mussarela, prato, lanche, parmesão, provolone, requeijão, PolenguinhoÒ, etc); presunto, mortadela, bacon, paio, salsicha, lingüiça, salame, patês, ovos em conserva, sardinha enlatada, atum enlatado, aliche em conserva, carnes e peixes defumados, salgados ou curados (bacalhau, charque, carne de sol, etc); oleaginosas preparadas com sal (nozes, amêndoas, amendoim, amendoim japonês, pistache, avelãs, castanha de caju, castanha do Pará, castanha Portuguesa e pinhão); margarina, manteiga, maionese; temperos: sal de cozinha, sal marinho, glutamato monossódico (AjinomotoÒ), temperos com sal (alho massa, temperos prontos, tabletes de caldos concentrados tipo KnorrÒ, MaggiÒ, etc);  extrato e molho de tomate, catchup, mostarda, molho inglês, molho de soja (shoyu), sopas industrializadas, etc.

Se apresentar desorientação ou confusão mental percebida por familiares (Encefalopatia hepática):

Retirar da dieta: carnes vermelhas e reduzir a ingestão dos demais tipos de carne. Aumentar o consumo de leguminosas (feijão, lentilha, soja, grão de bico, etc.).

Fazer contato com o Nutricionista da Equipe Interdisciplinar de Transplante para, se necessário, ajustar a dieta.

Alimentos ricos em gorduras não devem ser consumidos:

Frituras, banha, carne gorda, pele de frango e de peixe, torresmo, bacon, camarão, miúdos/vísceras, salame, mortadela, copa, presunto com gordura, queijo amarelo, creme de leite, nata, chantilly, etc.

*Observação: Muitos alimentos ricos em gorduras também são ricos em sal e sódio.

Podem surgir outras situações clínicas associadas à doença hepática com necessidade de ajuste da dieta. Cada situação será tratada conforme a necessidade.

 

Dieta durante a internação

 

Em geral, o paciente sai da cirurgia com uma sonda enteral para iniciar alimentação enteral precoce após as primeiras 12 horas de pós-operatório e, já no terceiro dia o paciente é capaz de se alimentar por via oral, uma vez retirado o tubo oro-traqueal que o auxilia a respirar através de aparelhos. A dieta será inicialmente líquida e evoluirá conforme o estado clínico e a tolerância do paciente. A evolução da dieta seguirá a padronização do Serviço de Nutrição e Dietética do HU/UFSC.

 

 

Dieta após o transplante

 

No preparo para alta hospitalar você receberá a “Orientação Alimentar e Nutricional de Alta” com informações detalhadas sobre a sua dieta e cuidados com a qualidade higiênico-sanitária dos alimentos. Teoricamente você levará uma vida muito próxima do normal. Assim, a sua dieta será normal, seguindo as orientações de uma alimentação saudável. No entanto, nos primeiros três meses após o transplante deve ingerir apenas alimentos naturais cozidos, preparados para consumo imediato e líquidos pasteurizados como leite, iogurte e suco, que devem ser ingeridos imediatamente após a abertura da embalagem.  Os produtos industrializados como biscoitos, pães  devem estar com data de validade adequada e, depois de abertos, devem ser consumidos dentro do prazo recomendado pelo fabricante.   É importante evitar produtos ricos em gorduras, sal, açúcar e corantes artificiais, além de alimentos de procedência duvidosa. A água deve ser mineral ou filtrada e fervida.

Mantenha o peso adequado. Aumento excessivo de peso ou perda intensa de peso devem ser comunicados à Equipe. Outras situações como, por exemplo, hiperglicemia (quantidade aumentada de açúcar no sangue) e elevação do colesterol sérico podem ocorrer devido ao uso dos medicamentos. Nestes casos, será necessário manter um acompanhamento ambulatorial com o Nutricionista que fará o ajuste da dieta.

 

 

ORIENTAÇÕES DA PSICOLOGIA

A psicologia na saúde demonstra-se muito importante constituindo-se como uma das formas de se compreender o adoecimento e as maneiras pelas quais o ser humano pode manter-se saudável. O psicólogo atua na equipe interdisciplinar inicialmente através de consulta individual para avaliação, intervenção, acompanhamento e encaminhamentos caso necessário.

 

 

 

 

ORIENTAÇÕES DO SERVIÇO SOCIAL

 

 

O objetivo do trabalho do Serviço Social com os pacientes hepatopatias é articular junto aos demais profissionais (médicos, enfermeiros, psicólogo, nutricionista, farmacêutico, entre outros) e aos familiares, ações que possibilitem acesso ao tratamento (Transplante Hepático), garantindo o direito a saúde.  Busca desenvolver estratégias junto à rede de apoio do usuário, para atender as demandas do paciente e de sua família.

O Serviço Social acompanhara todo o processo de tratamento, (pré, transplante e pós).

A Assistente Social atenderá o usuário e sua família, desde o ambulatório, onde será realizada avaliação social, que visa alem de conhecer a realidade do paciente, possibilitar através de encaminhamentos e orientações necessários o ingresso e permanência na lista de Transplante Hepático. Durante internação, o Serviço Social acompanhará frequentemente identificando as demandas e fará os encaminhamentos e orientações necessárias.

Na alta hospitalar, o Serviço Social, quando necessário, realizará a contra referencia, para providencias de alta, (verificará transporte com o município de origem do paciente, solicitará acompanhamento das Unidades Básicas de Saúde, Secretarias de saúde, entre outros), acompanhará esse momento visando o restabelecimento de saúde do usuário.

Desenvolverá ações educativas que contribuam para o enfrentamento deste momento de fragilidade.

 

Orientações Pré-Transplante

  • O que é Tratamento Fora de Domicilio?

O Tratamento Fora de Domicílio – TFD, instituído pela Portaria nº 55 da Secretaria de Assistência à Saúde (Ministério da Saúde), é um instrumento legal que visa garantir, através do SUS, tratamento médico a pacientes portadores de doenças não tratáveis no município de origem por falta de condições técnicas. Assim, o TFD consiste em uma ajuda de custo ao paciente, e em alguns casos, também ao acompanhante, encaminhados por ordem médica à unidades de saúde de outro município ou Estado da Federação  ( Manual TFD Secretaria Estado de Saúde de Santa Catarina, 2017)

 

  • O que o programa permite e oferece?

As despesas permitidas pelos TFD são aquelas relativas a transporte aéreo, terrestre e fluvial, diárias para pernoite e ajuda de custo para alimentação para paciente e acompanhante (quando houver), bem como as despesas com preparação e translado do corpo, em caso de óbito em TFD; A responsabilidade pelo pagamento de despesas com deslocamentos intra estadual (dentro do estado) será atribuído às Secretarias Municipais de Saúde, que utilizarão a Tabela de Procedimentos do Sistema de Informações Ambulatoriais SIA/SUS;

O pagamento das despesas de pacientes com TFD, será conforme a Tabela SIA/SUS, entretanto, o auxilio para despesas, somente será fornecido para pacientes atendidos na rede pública, conveniada ou contratada pelo SUS;

Fica vedado o pagamento de TFD em deslocamentos menores de 50 Km de distância e em regiões metropolitanas (Secretaria Estado de Saúde de Santa Catarina,2004).

 

  • O que é necessário para obter o tratamento?

Tratamento Fora de Domicílio:

  1. a) Laudo Médico TFD (uma via);
  2. b) Pedido TFD (uma via);
  3. Exames Complementares (quando houver, anexar cópia). (Secretaria Estado de Saúde de Santa Catarina,2004)

 

  • Como fazer o cadastro no seu município para ter acesso ao TFD?

O paciente devera procurar a Secretaria de Saúde de seu município para fazer seu cadastro.

 

Após alta hospitalar, o usuário e seu acompanhante necessitarão permanecer próximo ao HU, durante aproximadamente 60 dias. O usuário poderá contar com o TFD,  para auxiliar em suas despesas e de seu acompanhante, tais como aluguel, alimentação, deslocamento para consultas até o HU.

 

Orientação Durante a Internação

É imprescindível a permanência de um acompanhante, durante todo o tratamento. O acompanhante deverá ser alguém da confiança do usuário, o mesmo deve ter disponibilidade para acompanhar todo tratamento. Neste período o acompanhante receberá orientações de cuidados para com o paciente, principalmente na administração da medicação, cuidados de higiene, preparação de alimentação, entre outros.

Após o transplante o usuário não poderá ter contato com animais, permanecer em casa com carpete, tapetes, muitas cortinas, umidade e sem condições de higiene; O paciente não poderá ficar em locais fechados com muitas pessoas, nem em locais com fumantes.

O processo de acesso à medicação, deve ser efetuado na Secretaria de Saúde do município de origem do paciente. Durante a internação, o médico preencherá o protocolo que deverá ser entregue na referida secretaria e assim acessar a medicação  necessária para o pós-transplante.

Todos os pacientes terão internação na Unidade de Terapia Intensiva (UTI), neste período, bem como após passarem para a Unidade de internação Cirúrgica, o Serviço Social, continuará a orientar o acompanhante nas demandas que surgirem, principalmente nos procedimentos quanto ao acesso da medicação.

 

 

ORIENTAÇÕES DA FARMÁCIA

 

  1. TRANSPLANTE

Quando um transplante de órgão (como o fígado) é realizado pode ocorrer a rejeição deste órgão pelo organismo. Por isso, é fundamental a utilização de medicamentos que diminuam o risco desta rejeição, prevenindo lesão ou perda do órgão transplantado. Os medicamentos utilizados para esta finalidade são os “imunossupressores”.

  1. MEDICAMENTO

Estes medicamentos previnem ou reduzem os episódios de rejeição do órgão transplantado permitindo seu adequado funcionamento.

  1. COMO GUARDAR OS MEDICAMENTOS

Guarde os medicamentos protegido do calor, ou seja, evite lugares onde exista variação de temperatura (cozinha e banheiro). Conserve o medicamento embalagem original quando possível.

  1. COMO USAR OS MEDICAMENTOS
  • Tome os comprimidos ou cápsulas sem mastigar ou abrir, tomando água para ajudar a engolir.
    • Tome exatamente a dose prescrita que o médico indicou, estabelecendo um mesmo horário.
    • Em caso de esquecimento de uma dose, tome-a assim que lembrar. Se você esqueceu de tomar o remédio de manhã e lembrar somente depois do almoço, ignore essa dose e tome a próxima. Não tome a dose em dobro para compensar a que foi esquecida.
    • Prednisona: tome durante ou após as refeições, preferencialmente pela manhã.
  • Micofenolato: tome de estômago vazio (1h antes das refeições ou 2 horas após).
    • Tacrolimo: tome sempre da mesma forma, junto com o Micofenolato.

    Você precisará fazer exames de sangue com frequência para verificar o efeito dos remédios. Fique atento aos dias de coletar exames no laboratório. Só tome o imunossupressor depois de coletar o sangue pela manhã.

Os horários dos remédios serão ajustados conforme sua rotina de refeições em casa.

  1. REAÇÕES DESAGRADÁVEIS

Apesar dos benefícios que o medicamento pode trazer, é possível que apareçam algumas reações desagradáveis, que variam de acordo com o medicamento, tais como náuseas, vômitos, diarreia, perda de apetite, dores de cabeça, reações alérgicas, tontura, entre outros. Se houver algum destes ou outros sintomas comunique-se com a equipe do transplante. Maiores informações sobre reações adversas constam no Termo de Esclarecimento e Responsabilidade, documento assinado por você e pelo médico.

 

  1. USO DE OUTROS MEDICAMENTOS

Não faça uso de outros medicamentos sem o conhecimento do médico ou orientação de um profissional de saúde da equipe do transplante.

  1. OUTRAS INFORMAÇÕES IMPORTANTES
  • Evite o uso de bebidas alcoólicas durante o tratamento.
    • Faça o acompanhamento da sua saúde com a equipe do transplante, comparecendo às consultas marcadas. Evite faltar nas consultas para não prejudicar sua saúde.
    • Estes medicamentos diminuem as defesas do organismo, por isso, evite contato com pessoas com doenças infecciosas, tais como gripe, resfriado entre outras.
    • Verifique sua pressão arterial e sua glicemia (quantidade de açúcar no sangue) regularmente, durante o tratamento. Em caso de alteração persistente nas medidas, contate a equipe do transplante.
  1. RENOVAÇÃO DA CONTINUIDADE DO TRATAMENTO

Converse com o farmacêutico do SUS, da Farmácia Especializada, para saber quais os documentos e exames são necessários para continuar recebendo os medicamentos. Você terá que renovar esses documentos com certa frequência.

  1. EM CASO DE DÚVIDAS

Se você tiver qualquer dúvida que não esteja esclarecida neste guia, antes de tomar qualquer atitude, procure orientação da equipe do transplante.

  1. CONTATO PARA TIRAR DÚVIDAS SOBRE OS REMÉDIOS

Farmácia Emergência do HU/UFSC Fone: (48) 3721-2065
e-mail: farmaceuticoclinicohu@gmail.com