ORIENTAÇÕES DE ALTA

ORIENTAÇÕES DE ALTA HOSPITALAR E CUIDADOS DE ENFERMAGEM

 

Antes da alta serão reforçadas as seguintes orientações:

  1. Cuidados necessários para o restabelecimento da saúde, (paciente não pode ter contato com animais, locais fechados, locais para fumantes, locais sem higiene).
  2. Acesso à medicação, locais de fornecimento em Florianópolis e no município de origem.
  3. Acesso aos direitos sociais, previdenciários.

 

Em Casa Nos Primeiros Dias:

  • Usar máscara continuamente por 3 meses após o transplante. Após 3 meses do transplante usar máscara quando em ambiente hospitalar (a exceção do seu quarto hospitalar), em locais fechados, em aglomerados de pessoas, ao receber visitas. Não ficar em ambiente fechado com muitas pessoas juntas por um longo período;
  • Lave sempre as mãos com água e sabonete: antes e depois de usar o banheiro de comer, quando chegar em casa;
  • Após cada alimentação fazer higiene oral, incluindo a língua e o céu da boca, passar fio dental e fazer gargarejo com anti-séptico; Visite seu dentista semestralmente e trate qualquer infecção prontamente;
  • Restrição das visitas;
  • Evitar contato pessoal com pessoas com doenças infecciosas;
  • Não ter contato com animais após o transplante. Animais domésticos transmitem doenças. Não limpe gaiolas e canis.
  • Evite o cuidado direto de plantas e contato com o solo por três meses após o transplante. Plantas de casa não precisam ser retiradas, mas não devem estar onde você dorme ou passa boa parte do tempo. Após três meses, use luvas e máscara se for mexer no solo. Evite cortar grama até seis meses após o transplante.
  • Conservar casa sempre limpa e arejada, especialmente os banheiros;
  • Não varrer a casa e deve-se passar pano úmido para não levantar poeira;
  • Caso for usar o ventilador, limpar com pano úmido a cada dois dias;
  • Caso for usar o ar condicionado, limpar o filtro uma vez por semana;
  • As roupas de cama devem der trocadas com maior freqüência;
  • Não há necessidade de esterilizar roupa de cama;
  • Verificar frequência Cardíaca e respiratória pelo menos 1 vez ao dia;
  • Verificar temperatura no período da manhã e tarde. Se temperatura permanecer por várias horas acima de 37,5°C. – COMUNICAR O MÉDICO;
  • Verificar a glicemia 3 x ao dia conforme orientação médica;
  • Anotar esses dados e levar na próxima consulta.

 

Atenção quanto às medicações:

  • Guarde todas as medicações à temperatura ambiente. Assegure-se de que a tampa esteja bem colocada. Conserve todas as medicações fora do alcance de crianças e animais domésticos;
  • Ler cuidadosamente os nomes dos seus medicamentos;
  • Nunca divida medicações com outras pessoas;
  • Tome somente as medicações prescritas pelo seu médico. Só utilize medicamentos com a liberação do médico da Equipe de Transplante Hepático do HU/UFSC;
  • Jamais tomar medicação que não tenha sido prescrita;
  • Você não poderá ficar sem as medicações. Reponha-a principalmente antes de feriados prolongados;
  • Nunca aumente ou diminua a dose de uma medicação sem instrução;
  • É recomendável que você tenha sempre consigo a lista de medicações que toma, junto ao cartão de identificação;
  • Não deixar de tomar nenhuma dose. Se esquecer, tomar logo que lembrar se ainda estiver no mesmo dia;
  • Se errar a dose, anotar e comunicar o médico na próxima consulta;
  • Não tomar a dose em dobro;
  • Manter as medicações nas embalagens originais;
  • Guardar a medicação de maneira ordenada, em local limpo, seco, protegido da luz, do calor e da umidade;
  • Não guardar caixas vazias ou com prazo de validade vencido;
  • Não trocar os medicamentos de caixa e não juntá-los com outros;
  • Se houver vômitos, urticária, dor de cabeça, dor de estômago: COMUNICAR MÉDICO IMEDIATAMENTE.

Cartão de Identificação:

  • Ter sempre consigo um cartão indicando sua condição de transplantado, as medicações que está tomando, nome e telefone dos médicos para contatá-los se necessário.

Retorno ao Trabalho:

  • Gradativo, dependendo da condição clínica e da profissão do paciente.

 

Exposição ao Sol e Calor:

  • Pegar sol no inicio da manhã e final da tarde;
  • Usar chapéu e protetor solar fator 30.

Fumo, álcool e demais Drogas:

  • Desaconselhado totalmente.

Atividade física:

  • Evitar esforço abdominal;
  • Deitar e levantar da cama lentamente, pelo lado contrário da cirurgia; flexionando os joelhos e inclinando o corpo, deixando as pernas caírem para fora da mesma.
  • Exercícios lentos, com orientação do fisioterapeuta;
  • Não fazer esportes de impacto e não levantar peso;
  • Não fazer limpeza em casa, cortar grama, lavar carro e outras atividades que demandam esforço físico, em hipótese alguma;
  • Não poderá dirigir após dois a tres meses do transplante, conforme evolução clínica;
  • O próprio paciente aprenderá a conhecer seus próprios limites.
  • Atividade física será liberada individualmente, somente com autorização médica, após 60 dias da cirurgia;
  • Só poderá dirigir após 45 dias do transplante;
  • O próprio paciente aprenderá a conhecer seus próprios limites.

 

 

O segredo é começar devagar e aumentar a atividade gradualmente. Seja paciente. Desta forma, seu corpo se adaptará ao exercício de forma confortável. Você notará progressos significativos se aderir a um programa.

Boas opções de atividade são caminhadas, exercícios aeróbicos, ciclismo, natação e corridas leves. Não há atividades proibidas para transplantados (talvez evitar esportes de muito contato seja uma boa ideia). Caminhadas são um bom começo: é um exercício fácil, não requer equipamentos além de um bom tênis e pode ser feita em qualquer lugar, a qualquer momento. Um bom objetivo é estar fazendo alguma coisa pelo menos 5 vezes por semana. Comece com 10 minutos ao dia e gradualmente aumente em 5 minutos a cada semana, até chegar a 30 minutos ou mais por sessão.

Lembre-se: nos primeiros três meses, para reduzir o risco de hérnias, não levante nada com mais de 5kg de peso. De três a seis meses, o limite é 10kg. Daí em diante, sem restrições.

 

 

Gravidez e atividade sexual:

Algumas alterações no ciclo menstrual da paciente transplantada são decorrentes da doença primária do fígado. No entanto após o transplante há uma tendência a se normalizar a vida sexual e o ciclo menstrual da paciente. Com relação à gravidez recomenda-se aguardar pelo menos um ano após a cirurgia, quando o quadro clínico estará estabilizado e a paciente mais familiarizada com sua nova situação. Não engravide (ou engravide alguém) sem antes falar com nossa equipe. Há uma série de questões envolvidas, incluindo os efeitos dos imunossupressores sobre o feto.

 

Quando você se sentir forte o suficiente, poderá voltar à atividade sexual. O ideal é evitar nos primeiros 45 a 60 dias após a cirurgia.

Sobre métodos contraceptivos, estaremos à disposição para lhe dar as devidas orientações. De qualquer forma, se dá preferência inicialmente ao uso de métodos de barreira, como preservativos ou diafragma.

É importante sempre praticar sexo seguro, evitando o risco de doenças sexualmente transmissíveis.

 

COISAS A EVITAR

  • Não dirija automóveis até liberação pelo seu médico (que geralmente ocorre cerca de 45 dias após o transplante).
  • Evite nadar em piscinas públicas, lagoas e mar por pelo menos 6 meses
  • Não levante nada mais pesado que 5kg durante os 3 primeiros meses pós transplante.
  • Não tome bebidas alcoólicas, nem use cigarros ou drogas ilegais.
  • Evite grandes aglomerações de pessoas por no mínimo 3 meses. Se não for possível evitar, use sua máscara.
  • Evite contato com pessoas com doenças que você possa pegar, como gripes, resfriados, sarampo, catapora, etc.
  • Evite pessoas que tomaram vacinas de vírus vivos por no mínimo 2 semanas após a administração da vacina.
  • Não pinte o cabelo ou faça permanente por 3 meses: os corticóides fragilizam seu cabelo e o uso destes tratamentos pode fazê-lo ficar quebradiço. Aguarde até que a dose de corticóide seja de menos de 20mg ao dia para realizá-los.
  • Evite químicos fortes e vapores por 3 meses.
  • Não use medicamentos por conta própria, sem o consentimento de seu médico.
  • Não ajuste ou mude sua medicação a não ser que seja instruído a fazê-lo.

 

 

ATENÇÃO, em caso de Emergência:

Procurar o pronto socorro do Hospital Universitário e avisar a equipe responsável pelo transplante.

 

Obs: qualquer mudança de endereço ou telefone do paciente deverá ser notificada à equipe.

 

 

 

VIDA DEPOIS DO TRANSPLANTE E OS MEDICAMENTOS

 

Depois que um órgão é transplantado, os leucócitos do paciente identificam o novo órgão como “estranho” e começam rapidamente a se multiplicar e a atacar as células estranhas. Este é o mecanismo de defesa normal do corpo, que protege o organismo contra invasores, como bactérias, vírus e fungos, e é chamado de resposta imunológica. Os leucócitos e suas reações são em grande parte responsáveis pela rejeição de órgãos transplantados. Para prevenir a rejeição, os pacientes transplantados são medicados com imunossupressores pelo resto de suas vidas. São eles que irão suprimir a resposta imunológica permitindo que o corpo e o novo órgão transplantado funcionem de maneira eficaz durante muitos anos. Como o sistema imunológico responde de várias maneiras, frequentemente é preciso usar diferentes associações de medicamentos, há uma grande variedade de imunossupressores e cada um age de maneira diferente a fim de evitar que o corpo rejeite o novo órgão.

A maioria dos tratamentos com imunossupressores consiste em uma combinação, que será adequada a cada paciente. A rejeição aguda pode ocorrer a qualquer momento, sendo que o risco é maior nas primeiras semanas após o transplante. Complicações em longo prazo e efeitos colaterais associados aos imunossupressores mais tóxicos, como os inibidores da calcineurina e os corticosteroides, incluem elevação dos níveis de colesterol, pressão alta e insuficiência renal. As doenças cardiovasculares são a causa de morte mais comum de pacientes transplantados com órgãos em funcionamento. Também podem ocorrer: diabetes, crescimento excessivo de pelos em todo o corpo e o ganho de peso.